Ambiente virtual de debate metodológico em Ciência da Informação, pesquisa científica e produção social de conhecimento

sábado, 31 de dezembro de 2011

2012 - abertura da temporada de Lattualização

 - Dona Capes, este ano eu não publiquei, não orientei, não apresentei nada e mal dei aulas; o que devo fazer?
- Apenas indique as aulas dadas em "Atuação Profissional - Vínculos/Atividades",  e não esqueça de clicar no envio das atualizações.
- Só isso? Obrigado.
- Ah,  prometa que no ano que vem você ira´produzir mais.
- Prometido!

Com a virada do ano começa a época de atualização curricular dos pesquisadores brasileiros, atividade obrigatória para todos os que estão ligados a algum programa de pós-graduação. A lógica é informar a grande-irmã CAPES de tudo o que fizemos no anos pregresso. Com base nos Lattes atualizados dos pesquisadores, os programas preenchem um outro formulários, muito maios complexo, com os dados consolidados do coletivo dos professores e alunos. O irônico é que quanto mais produtivo o pesquisador for mais trabalho insano ele terá para "enquadrar" sua produção  nas categorias estanques do formulário. Alguns pesquisadores mais ingênuos perdem tempo precioso para incluir e padronizar palavras-chave (que nunca são acessadas) e setores de aplicação (que são modificados a todo tempo). O ideal de ir atualizando os dados à medida em que a produção vais sendo realizada nem sempre é viável para pesquisadores envolvidos com projetos, orientações e atividades administrativas. A parte positiva de tudo isso é que muitos poderão aproveitar uma parte dos merecidos dias de férias em 2012 e lattesjar o que seja necessário (veja aqui post sobre o significado do neologismo).

Aproveitando o espírito festivo do fim de ano segue uma piadinha bastante conhecida na net:
Por que Deus nunca chegará a ser pesquisador de produtividade?
1. Só tem uma publicação.
2. Esta publicação não foi escrita originalmente em inglês.
3. A referida publicação não consta do Qualis.
4. Há quem duvide que Sua publicação tenha sido escrita por ele mesmo. Em um exame rápido, nota-se a mão de, pelo menos, 11 colaboradores.
5. Desde Sua (questionada por muitos) criação do mundo não produziu mais nada.
6. Dedicou pouco tempo ao trabalho (apenas 6 dias seguidos).
7. Poucos colaboradores Seus são conhecidos.
8. A comunidade científica tem muita dificuldade em replicar Suas experiências.
9. Seu principal colaborador caiu em desgraça ao desejar iniciar uma linha de pesquisa própria.
10. Nunca pediu autorização aos Comitês de Ética para trabalhar com seres humanos.
11. Quando os Seus resultados não foram satisfatórios, afogou a população.
12. Se alguém não se comporta como havia predito, elimina-o da amostra.
13. Dá poucas aulas e o aluno, para ser aprovado, tem que ler apenas o Seu livro, caracterizando endogenia de idéias.
14. Segundo parece, Seu filho é que ministra Suas aulas.
15. Atua com nepotismo, fazendo com que tratem Seu filho como se fora Ele mesmo.
16. Expulsou os Seus dois primeiros orientandos por aprenderem muito.
17. Não teve aulas e nem fez mestrado com PhDeuses.
18. Nunca submeteu trabalhos à avaliação por pares.
19. Não tem TOEFL.
20. Seu Lattes não pode ser atualizado porque foi encontrada uma divergência de dados com a Receita Federal 
Aqueles que desejarem uma análise mais séria do essa acima sobre algumas distorções da avaliação científica nacional  podem ver nota publicada no jornal da SBPC aqui.

Este Blog deseja a todos seus colaboradores e leitores um
 EXCELENTE 2012
cheio de produções para serem lattesjadas !!!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O papel social da pesquisa científica

Copiado de De Rerum Natura

O papel social da pesquisa científica

Caroline Lopes Durce &  Caroline Maria Beasley
(mestrandas do PPGCINF-UnB)

Tomanik e Milton Santos trazem em suas obras, a preocupação a respeito do uso das Ciências como meio de controle social. Para eles, as Ciências Sociais deve se colocar em oposição a essa corrente, e sim permitir que a sociedade conheça e perceba a realidade em que está inserida. 

Milton Santos, em seu trabalho “As humanidades, o Brasil, hoje: dez pontos para um debate”, diz que o grande desafio das Humanidades é discernir a verdadeira estrutura do Mundo. Para o autor, o “problema crucial é que a ciência, tributária da técnica e do mercado, cada vez mais se submete a princípios perversos de organização”, o que empobrece a pesquisa. 

Esse uso da ciência, abordado pelo autor, de maneira a servir ao Poder (Estado e Mercado) desvirtua o sentido de se fazer ciência, tornando às Humanidades “tributárias e não propriamente críticas”. Para o autor, as Ciências Humanas, nesse contexto permanecem em um segundo plano, já que não conseguem ter a dinâmica de resultados imediatos das Ciências Exatas. Ele defende que as Humanidades devem, mais do que nunca, fazer cumprir o seu papel, para terminar com a lógica de dominação por interesses econômicos. 

Tomanik, por sua vez, aponta que, enquanto as Ciências Sociais se mantiverem a sombra do modelo empírico proposto pelas Ciências Naturais, aquelas serão simplistas em seus objetivos e métodos. O autor afirma que a visão empirista de ciência; que prega sua objetividade, naturalidade e neutralidade; deve dar lugar a uma humanização da ciência, onde a não-neutralidade e os aspectos ideológicos são considerados possíveis. Essa humanização abre a possibilidade que os objetivos das ciências evoluam da descrição e controle para a compreensão e a transformação. Para ele, “o conhecimento científico só terá sentido se puder, de alguma maneira, ser reapropriado pela comunidade ou indivíduo a que se refere, e checado por eles, em suas práticas”. 

A nosso ver, os dois autores chamam a atenção para o papel das Ciências Sociais como contraponto no uso das Ciências para a dominação de um pensamento das classes dominantes. O cientista não pode adotar uma postura ingênua em suas opções de pesquisa. Ele deve compreender seu papel na transformação da sociedade, embora esse não seja seu fim imediato, tal como colocado por Tomanik: “Não se propõem mais [as Ciências Sociais] a conhecer para controlar, mas compreender para participar.” 

Referências:
  • SANTOS, Milton. As Humanidades, o Brasil, hoje: dez pontos para um debate. In: HUMANIDADES, pesquisa, universidade. São Paulo: Comissão de Pesquisa/FFLCH-USP, 1996. p.9-13. 
  • TOMANIK, Eduardo Augusto. O que é ciência? : a ciência no discurso dos cientistas. In: ______. O olhar no espelho: “conversas” sobre a pesquisa em Ciências Sociais. 2. ed. rev. Maringá: Eduem, 2004. Cap. 3, p. 55-113.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Ganhe um livro para analisar o Projeto Memória Ferroviária


O intuito deste post não é apenas apresentar uma boa inciativa de "webzação" de projeto, mas dar continuidade as práticas que sempre nortearam este blog, ou seja, ser um espaço plural de discussão de pesquisas, como pode ser visto nos inúmeros projetos discentes aqui linkados. 

O coordenador do Projeto Memória Ferroviária (PMF) me perguntou sobre algumas sugestões que eu poderia dar ao ambiente virtual do seu projeto. O "resumo da ópera" do que escrevi a ele está ligado ao fato de meu olhar ser focado com a perspectiva bloggeira, que gostaria de ver mais dinamicidade, interação, colaboração etc. Será que toda pesquisa tem mesmo que apresentar tais características quando vai à web? De qualquer modo já está mais do que na hora de a academia começar a usar&abusar da web para divulgar pesquisas.


Sugestão de atividade: criticar construtivamente o site PMF, usando o ambiente dos comments, abaixo, para isso. 
  • Prêmio: a melhor análise, se tivermos um mínimo de 10 participações, concorrerá a um exemplar do livro "O olhar no espelho" de Eduardo Tomanik, bibliografia obrigatória para os alunos de Metodologia do Mestrado do PPGCINF/UnB em 2012. 
  • Prazo para concorrer ao livro: 23/12/2011
  • Julgamento: Prof. Eduardo Romero de Oliveira (coordenador do PMF)
  • Entrega do prêmio: no PPGCINF-UnB, para os residentes em Brasília; a combinar para os demais.
ATENÇÃO:  atividade OBRIGATÓRIA para os alunos do GSI/FT-Redes.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Nova ciranda metodológica

Boy Scout in Gozo - Malta (photo by André Lopez)
Muitos alunos de especialização "sofrem" quando ouvem a palavra PROJETO. Sofrem mais ainda quando ela está associada a uma outra: ENTREGAR. Os alunos de GSI da Engenharia de Redes, do prof. Laerte estão "sofrendo" desse mal. Alguns já fizeram uma versão preliminar e outros (poucos) nem essa. O momento da ENTREGA do PROJETO final se aproxima e este blog, para colaborar, sugere mais uma atividade de troca de opiniões. 

A atividade consiste em:

1. Esperar que a Liliane dê início ao processo, escrevendo no comment a abaixo:
a) um resumo de até 50 palavras;
b) indicação de qual é a base empírica a ser utilizada
c) indicação de possível contribuição à pesquisa em SI
d) indicação de possível aplicação prática

2. Analisar o comment anterior do colega (sem medo de criticar; as críticas devem atingir somente às ideias e não a pessoa).

3. Repetir o procedimento feito pela Liliane em 1.

4. Seguir com os passos 2 e 3.

Atenção!!! 
A atividade é focada para os alunos de GSI, porém é ABERTA a todos os interessados; basta se identificar. Todos podem repetir o ciclo quantas vezes acharem necessário.