Ambiente virtual de debate metodológico em Ciência da Informação, pesquisa científica e produção social de conhecimento

domingo, 8 de maio de 2011

Administradores de Migalhas

Adaptado de imagem publicada em Migalhas

Administradores de Migalhas

José Flávio Sombra Saraiva

PhD, The University of Birmingham, Professor Titular da UnB, Coordenador
do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais /UnB (conceito 6 da
CAPES) e Presidente da Associação Brasileira de Relações Internacionais

O artigo As prioridades nacionais (ver aqui) é um bom depoimento ilustrativo. A avaliação sublinha o degradante do quadro.

Desconfio que estamos nos tornando, todos em nossas funções de gestores dos programas de pós-graduação, na nova e seguinte função: ADMINISTRADORES DE MIGALHAS. E ainda nos jogam uns contra os outros, como ratos à busca de queijos velhos espalhados no chão. Notei os olhares de desilusão e desespero naqueles pobres professores que estavam no Salão de Atos da Reitoria na mencionada reunião. Estão desesperados. Estão tristes.

Tiraram de nós, professores e cientistas, tanto a liderança científica quanto a soberania do saber em favor da burocracia tecnocrática. Eles ocupam cargos, gostam dos DASs e das diversões, viagens... Adoram procedimentos e matrizes desiguais apriorísticas, sem testes prévios nem razões plausíveis para suas planinhas e matrizes de cálculo. E já vem de antes isso...

E nós, na base, ficamos no seco e no esforço de produzir ciência em um país carente. A gente pode fazer tudo, menos POLÍTICA CIENTÍFICA, pois eles são os donos do pedaço e SABEM A VERDADE!!! Risos! Aprenderam nas cartilhas do Partido. Eles adoram eles mesmos seus cargos. Segue o retrocesso!

Insisto que está morrendo, gradualmente, a dimensão competitiva e contributiva dos cientistas brasileiros ao Brasil que imaginamos, com futuro altivo, premio Novel, em condições de estarmos no mundo, pelo menos ao lado de nossos competidores chineses, coreanos, alguns europeus, etc. Mas estamos perdendo campo diante do aparelhamento pouco meritorcrático dos cargos de gestão voltados para o fomento nacional para nossas áreas, inclusive no interior de nossas universidades públicas federais. Essas também se tornaram repartições públicas, sem criatividade, sem vontade de mover novas energias. São gestores sem coragem, olhanto o movimento da biruta política da Esplanada dos Ministérios.

Lamento, pessoalmente, o quadro e a fraqueza das almas pobres de idéias e forças de transformação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente & argumente